quarta-feira, 22 de abril de 2015

Masterpiece


*Foto retirada do: funkbrotherj.tumblr.com

Intransigente.

Esta seria a palavra exacta para descrever Mateus, o homem que conheci na galeria de artes. A minha fiel prepotência despertou em si, logo nos primeiros minutos de interacção, o seu lado rude e petulante; o que não poderia ter sido mais lascivo. Entretanto, aquele homem resoluto, de quem eu desconheço proveniência, desapareceu deixando um rasto de mistério e toda a atmosfera rendida aos seus encantos.

Mais tarde, neste mesmo dia, sem mais nem menos atreveu-se a invadir o meu sono e a embrenhar-se no meu sonho.

Tomou para si cada parte do meu corpo, instigou os meus pensamentos e comediu todos os meus movimentos. Estávamos numa cabana, no meio da floresta, havia uma lareira que tornava a nossa meditação apelativa.

Encarei-o com naturalidade e fiz questão que as vibrações estabelecessem o ambiente.
Diante de mim, ele hesitou o toque. Apreciou todas as minhas feições e só depois de muito contemplar, deslizou as suas mãos sobre os meus ombros afastando as alças do meu pijama, o que fez com que este caísse aos meus pés. Sentamo-nos sobre cobertores. Mateus ignorou todas as minhas zonas erógenas.

-Estás preparada? Perguntou-me num tom suave, quase imperceptível.

Uma onda de calor percorreu o meu corpo, era fascinante e amedrontava ao mesmo tempo, sabia que não precisava pensar. O meu silêncio respondeu a pergunta.
Ele levantou-se e quando voltou tapou-me os olhos com uma venda, deixando a minha pele arrepiada e os meus restantes sentidos despertaram.

-Bebe! Sussurrou no meu ouvido.

Mateus levou uma taça de vinho até aos meus lábios, secos de ansiedade. Obedeci.
Beijou-me de seguida e eu queimava de vontade de sentir mais, imaginava prazeres perceptíveis.
Desejos absurdos me consumiam, Mateus pela primeira vez - ainda que no meu imaginário - tocava nos meus seios jovens e macios como pêssegos, beijou-os; apertou-os. Deambulou com a sua língua por eles, tocando levemente sobre meus mamilos já inchados de tanto estímulo.

Apoiada aos joelhos, ele conduziu-me a conhecer o seu sexo, firme, forte, rijo, teso. Devorei-o! O seu membro, que deslizava pela minha língua, estava coberto de saliva. Esta sensação deixava-me molhada e fazia com que os seus dedos entrassem e saíssem de mim com maior facilidade. O prazer fez-me ignorar tudo a nossa volta, gemíamos juntos; eu gritava. Suávamos e a excitação só aumentava; abri as pernas para que ele me masturbasse com mais intensidade. Os meus orgasmos eram resultantes da terna violência que empregava sobre mim.

-Fode o meu cu. Supliquei, praticamente derrotada pelo cansaço.

Com uma das mãos, levantou-me e levou-me a provar os seus lábios e, num movimento brusco, fui colocada de bruços sobre a cama. Senti a sua barba roçar em minha bochecha, a descer, gradualmente, pelo meu pescoço e ziguezagueando pelas minhas costas até chegar às minhas nádegas.

Mateus apertou a minha bunda, lambeu a entrada do meu cu e, de seguida, foi introduzindo cada centímetro do seu pau duro.

"-Ãããããin, ãããããin, ãããããin." Sobre a almofada eu gemia e pedia por mais

Ele soltou um sorriso desconcertante. O meu corpo tremia; conseguia perceber as alterações da minha respiração. Era o meu lado perverso, carnal, erótico, sexual exposto como nunca antes acontecera.
Ele puxava o meu cabelo, tapava a minha boca e me batia, delicadamente, forte. Me deliciava com os seus apertos e arranhões, gemidos e chupões.
A sua mão subia do meu ventre, passava pelos meus peitos para apertar, suavemente, o meu pescoço.

-Consegues respirar? Notava-se a sua preocupação.

Todavia, o que parece um capricho meramente masoquista, tratava-se apenas da minha obscenidade humana desabrochando.

Por: Rosema Matias

5 comentários:

  1. Amei o texto. Escrevam mais textos do género. Perabéns Rosema Matias.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Obrigada Gerdio, é por leitores como tu que continuámos a escrever. Beijinhos!

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  2. Gostei muito do texto, houve muita criatividade e palavras ousadas. Aguardando ansiosa por mais coisas do género.

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  3. Maravilha de Conto! Não pude deixar de sentir certas sensações a cada parágrafo lido.
    Amei o texto, porque é ousado e não foste comedida nem nos pormenores ou sequer nas expressões. Te garanto que se fosse escrito de outra forma o prazer não seria o mesmo.
    Tenha a certeza que deixaste na boca um sabor de quero mais.

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