Hoje, a dor
da tua ausência, acordou-me. Eram 6 da manhã e, já eu me encontrava de pé, prestes a
repetir a rotina diária de quando cá tu ainda estavas; por momentos hesitei,
contudo, arrumei-me para o dia que mal tinha começado e já eu rezava para que ele
terminasse.
Nem mesmo o
silêncio ensurdecedor, que se fazia sentir, era capaz de abafar aquela voz
irritante que ecoava na minha cabeça e me questionava incessantemente, porquê disto tudo?
Ao tentar ignorá-la apercebi-me que, de facto, a minha esperança seria a última
a morrer, pois eu a alimentava com Tornedó
de Novilho ao Molho Bordalês em Cama de Batata Doce Lascada e Telha de Presunto,
enquanto a realidade era masoquista comigo, vezes e vezes sem conta,
deixando-me sempre na posição de submissa.
Sinto saudades
de viajar no teu olhar; era a única coisa que transmitia sinceridade quando me
enganavas. Dos dias ensolarados e das noites frias. Os nossos risos demorados
já não se concretizarão, tornou-se tudo tão vazio.
O que mais me dói é viver ao pé de ti e ver-te passar todos os dias pela minha
janela; conheço os teus horários e em nenhum deles o teu rosto se levantou em
direcção ao meu.
Mas sabes,
esqueci de todas as vezes que não ligaste, das vezes que soube que estavas com
outra e de tantas outras que implorei por uma palavra tua; guardo o que de bom
me proporcionaste, porque o que sinto por ti é bem maior que isso e a saudade
aperta a cada dia que passa. Já se foram 93 dias.
Nossos
encontros esporádicos nunca eram mera coincidência... Lembras-te de quando me
chamavas Candy Bitch? Das loucuras
que fizemos? Das madrugadas que passamos em branco a conversar? Dos sermões que
me davas quando eu não me comportava como tua mulher? Seguia-te para que
recordasses tais momentos.
Nesta manhã
não fui atrás de ti, entreti-me com os meus pensamentos, uma chávena de café e
um cigarro. Diz-me qualquer coisa, volta a iludir-me. Tuas manias e medíocre
segurança, mantinham-me viva.
Quero mais
uma ilusão, daquelas adornadas de ouro e cravejadas de diamantes, que alimente
a minha alma e abrande essa morte; vem mostrar-me o teu sorriso mais falso e
ludibria-me com um passeio de mãos dadas.
Esta é a minha carta. Espero,
ansiosamente, pela tua resposta Betinho!
Por: Rosema Matias
Doces lembranças assaltaram a minha mente
ResponderEliminarRecordações únicas....
ResponderEliminarTexto Magnifico, palavras de alguem que nao esqueceu e sente muita saudade!!
ResponderEliminarDramático, intenso e fez-me viajar por uns segundos!
ResponderEliminarSuch a lovely text…
ResponderEliminarBut I'm wondering who is Betinho?
☺️��
Magnifico
ResponderEliminarUau uau uau são as únicas palavras que encontro para descrever esse texto, sem dúvidas adorei esta top.
ResponderEliminar"Esqueci me de todas vezes que nao ligaste. Das vezes que soube que estavas com outra(...)"
ResponderEliminar"Quero mais uma ilusao, daqlas cravejadas de diamantes e adornafas de ouro "
E incrivel como muitas vezes a ilusao e melhor que o vazio da solidao..
Um roll de memorias eqto o lia.
Magnifico. ��
ResponderEliminarLevou-me nas nuvens... Amei
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