quarta-feira, 25 de março de 2015

One Night Stand


*Foto retirada do: massalo.tumblr.com

Me satisfaz a materialidade do sexo, do tacto e de todos os outros sentidos envolvidos nele. Por agora, a sensação me satisfaz; depois falamos de sentimentos. É bom saber que tudo é quantificável: um lugar, duas pessoas e três horas de potenciação de prazer.

Sabe bem ter a minha vida, o meu trabalho e poder me trancar dentro de mim sem a necessidade de o explicar a alguém. Deve ser este o clímax do sexo ocasional; não envolver as lamurias do amor que tendem, forçosamente, existir.
Já experimentei a afeição, as cobranças, os olhares complacentes depois de uma árdua discussão e todos os complementos de uma relação séria. Experimentei a fatigante vontade de me fazer presente e útil na vida de outrem e, literalmente, fodi-me. Mas não foi daquelas boas, ejaculações sentimentais são-me precoces.

A noite passada foi de loucos, encontrei-me com a Paula e ela está o mesmo pão de sempre; boa de se apalpar e comer. Contudo, não serve para uma refeição regular; no entanto, não é do tipo de mulher que se vê em qualquer esquina; decidida e dedicada aos estudos. Percebe do mundo à sua volta como ninguém, mas é uma má cabra por não reconhecer o capim que lhe ronda.

Ela entende de quase tudo; uma boa conversa e isso logo se nota. Conhece tanto sobre política, negócios, coisas do lar e outras insignificâncias, que esquece-se das pessoas e das intenções dos homens.

Disponibilizei-me em leva-la à casa naquela noite chuvosa; o congestionamento era tanto que concordamos em esperar que ele abrandasse e parámos em minha casa.
Como amante do exercício físico, vivo no primeiro andar. A vista é uma bosta, mas não me importo porque quase nunca recebo visitas. Assim que entramos, ela pousou a carteira no sofá e sentou-se perto do balcão da cozinha, convidei-a para uma dose de whisky e ela aceitou, com duas pedras de gelo, reforçou. Enquanto gesticulava, retratando mais uma das suas peripécias femininas, um dos botões da sua camisa abre-se mostrando ao mundo o seu soutien de renda branco.

Pus-me a apreciar as suas feições, olhos cor de cobre, nariz arrebitado, lábios generosos e boca pequena, que calou quando se apercebeu que estava a ser estimada. A exaltação deu lugar ao constrangimento, nada daquilo vinha escrito nos seus inúmeros livros sobre sedução, naquele momento ela era a presa e tinha sido apanhada desprevenida.
-Por que olhas assim para mim? Perguntou tímida.
-Porque desejo-te mais que tudo, neste momento! Respondi em tom seco.
Seu olhar quase inexperiente desapareceu; voltou-se para mim alguém confiante e excitável.
-Do quê esperas? Inquiriu em tom cantante.

Aquelas palavras despertaram em mim um animal; guiado pelo instinto de maneira indomável, prezando apenas, pelo seu estímulo selvagem.
Fui ao seu encontro e comecei a afagar o seu pescoço e a apertar as suas pernas modestas e torneadas, parecia um adolescente no seu primeiro contacto com o prazer, não me reconheci. Pressionei-a contra a parede só com beijos e mais beijos; minhas mãos estavam na sua cintura. No momento em que me preparava para abrir a sua camisa e apoderar-me do acessório que lhe cobria os seios, Paula fez-me parar...
Muito delicadamente, característica inexistente em situações de furor, indaga-me:
-Será que poderias fazer uso de mim nestes trajes?

Num acto repentino, coloca-a de frente para a estante dos livros, convenientemente, ela dá de cara com o livro Filosofia na Alcora de Marquês de Sade; levantei a sua saia que estava colada ao corpo, afastei a calcinha, senti-a húmida; toquei-a devagar sem machucar. Eu queria-a molhada, a transbordar.

Sem preliminares, penetrei, violentamente, o sexo de Paula e ela parecia saber o que estava a fazer; era um desejo unicamente carnal, agarrou-se à estante e gemia a cada investida minha, peguei nas suas nádegas para que não perdesse o ritmo.
Quando senti que o meu ecstasy se desfaria pelo meu sexo fí-la ajoelhar, agarrando-a pelos cabelos inclinei, ligeiramente, a sua cabeça para trás, masturbei-me por alguns segundos até levar-lhe à boca aquele líquido quente e pastoso que brotava de dentro de mim; evidenciei que não era a primeira vez que provara o leitinho, pois engoliu sem pensar duas vezes e com mestria de profissional.

Dirigiu-se para o meu quarto, deixando a sua roupa como rasto; nunca tinha lá estado mas deslizava-se com a imponência de uma leoa mostrando que aquele era o seu território. Paula, não deixou transparecer nenhum intenção de parar, mesmo sabendo que esta amistosidade só duraria uma noite, porque ela voltaria para o seu homem e eu me recolheria de volta ao meu mundo.

Graças aos deuses do bom sexo ela acha que os seus diplomas lhe fazem mais apreciável e apetecível. Essa pose levou-a para a minha cama, afinal, os livros não ensinam a negar sexo!

Por: Leocádia Valoi e Rosema Matias

13 comentários: