quarta-feira, 1 de abril de 2015

My Own Lisa


*Foto: LmBreguet

Como amante de arte, expresso-me através dela. Liberto a minha agilidade e perfeccionismo pelas lentes da minha câmara, porque decidi viver assim.

Na maioria das vezes sou incompreendido, o que me permite ser selectivo e não me envolver com qualquer tipo de pessoa.

Nas vestes de fotógrafo desafiei a minha timidez, apostei os meus créditos naquela alma ávida de sensações; gosto de desafios.
Conheço a sua admiração por fotografia, por corpo nu na mais livre da sua essência; sorrisos a encantam e olhares a fascinam. Quanto à mim, só me interessava saber se as suas palavras eram fruto de momentos de inspiração perfeitamente acariciados.

Decidi que seria na galeria que ela me iria conhecer, pois eu já a conhecia. Era a minha companhia diária, meu calmante nocturno, mentora das minhas reflexões proibidas e meu desejo reprimido. Conseguia lê-la nas entrelinhas.

Pensei em eternizar a sua negritude numa tela, mas as minhas pretensões eram meramente carnais.
De forma intransigente, consegui abordá-la. Minha postura resoluta deixou-a descontrolada e em fracção de segundos percebi até aonde era capaz de ir.

Seu corpo visivelmente virgem, encontrava-se em harmonia com o meu já nos primeiros instantes; era notável a energia que desprendia ao tentar manter a sua postura prepotente. Decidi não tocá-la.

Senti uma reciprocidade no desejo; na tesão que tenho alimentado sempre que leio um dos seus textos. Sempre achei que nenhum dos seus personagens estaria perto do que eu tinha guardado para ela, e isso me colocava numa posição vulnerável.

Inevitavelmente, os astros definem-me dentro de uma natureza leonina e dominadora; sou extremamente físico e sensivelmente agressivo diante da minha presa. E ela será a minha presa.

Ainda estou por descobrir o que estimula as suas linhas e porquê que elas despertam tanto o meu lado mais sexual...

Mateus!

Por: Rosema Matias e LmB

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